sábado, 21 de maio de 2011

Produção Textual: Produção de um conto social que tem como proposta denunciar uma situação vivida por um gari. Narrando a história de um personagem que ao se vestir de gari torna-se invisível.

COMO É A VIDA DOS GARIS NAS RUAS E NAS CIDADES?
Não se precisa de grandes argumentos para responder a essa pergunta, basta observarmos nossos próprios atos nas ruas das cidades em respeito aos garis. Quando compramos um salgado, um doce ou qualquer outro tipo de lanche. Será que ao acabar de comer procuramos a lixeira mais próxima? Ou jogamos em um cantinho qualquer, ou até mesmo no meio da rua? O que fazer com o papelzinho de bala ou o guardanapo com que vinha o lanche? Se pensarmos bem veremos que estamos menosprezando o trabalho dos garis, que talvez já tenham limpado aquela rua que sujamos mais de uma vez.
É o que diz Antonio Soares, gari há 25 anos: é desrespeitoso e de certa forma humilhante ver que nosso trabalho para muitos não tem importância e que não somos reconhecidos por várias pessoas.
Antonio relembra a primeira vez em seu trabalho nas ruas como gari.
_ Foi uma coisa muita constrangedora, me senti como se estivesse em uma prisão. Todos me olhavam com um olhar diferente, era um olhar que não via com bons olhos, mas acho que até mesmo em uma prisão me sentiria melhor, pois saberia o porquê de receber críticas. Não em um trabalho que é honesto e digno.
_ Meus vizinhos passavam por mim, fingiam não me conhecer nem ao menos me viam. Hoje com meus 25 anos de experiência trabalhando como gari, não entendo o porquê desse preconceito e dessa descriminação conosco e com o nosso trabalho, afinal temos todos os direitos trabalhistas assegurados como em qualquer outra profissão. O nosso trabalho é diferente, mas tem o lado positivo, cuidamos das ruas e preservamos as mesmas.
Continua Antonio: _ Durante todos esses 25 anos de trabalho o que mais me atordôo foi quando um vinzinho me perguntou:
_ Você é mesmo gari? Mas por quê? Foi por falta de estudos que te proporcionasse outras oportunidades?
Antonio pensa “Fiquei pensando seriamente se aquele meu vizinho estava bem, só agora descobrira que trabalho como gari. Talvez por estar uniformizado e estar varrendo a rua de sua casa.”
Então disse: _ Sim, trabalho como gari e já faz algum tempo. Não totalmente por falta de oportunidade, confesso que não tive estudos dos melhores para exercer outras funções, mas sou feliz com o trabalho que tenho. Não tenho vergonha de trabalhar como gari, para dizer que sou totalmente realizado só falta os garis serem enxergados e tratados da forma merecem e espero que esse dia chegue logo.
AUTORAS: Letícia
Conceição
Joscilene

2 comentários:

  1. Não sei se Antonio vai ler essa mensagem, mas gostaria de indicar uma leitura para ele. O texto é de autoria do genial Carlos Drummond de Andrade "conversa com o lixeiro". Saibam que depois que li esse texto, tive vontade de ser lixeiro também...
    Aqui vai a ligação de um dos sítios onde se pode encontrar tal texto:

    http://aditaeobalde.blogspot.com/2010/07/conversa-com-o-lixeiro.html

    Carlos Martins.

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  2. Agradecemos o seu comentário.
    "Antonio" é uma personagem criada por nós baseada em tantos garis existentes no Brasil, mas com certeza vamos lê o texto indicado.

    Leticia, Jocilene e Conceição

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